segunda-feira, julho 30, 2007

Como conseguir superar uma situação adversa

Um dia desses eu estive relendo as colunas do Senna na Quatro Rodas, que vão desde 1990 até 1994 (teve inclusive no mês que ele morreu, Maio). Por mais que o Senna seja uma figura nada elogiável em muitos aspectos (era messiânico, exigente demais, meio anti-social e, para alguns, extremamente arrogante), não tem como negar que ele teve muitos méritos, foi um dos melhores no que fez, superando muita gente tão talentosa quanto ele. A coluna que me chamou mais a atenção foi a seguinte ao GP de Mônaco de 1992. Nessa temporada a Williams tinha um carro muito melhor que o da McLaren e na maioria das corridas sobrou, já que ainda por cima tinha um grande piloto, Nigel Mansell, no seu assento.

Mônaco é reconhecidamente uma pista lenta, de difícil ultrapassagem e na qual o conhecimento do piloto da pista faz MUITA diferença. Logo, especificamente lá, o Senna conseguiu andar sempre a uma distância média de uns 20 segundos pro Mansell. No finalzinho da corrida, furou um pneu do Mansell e ele perdeu mais ou menos 24 segundos num pit-stop: o Senna assumiu a ponta e podia vencer pela primeira vez em seis corridas. Faltavam pouco menos de 10 voltas e o Senna impediu o Mansell, o melhor em ultrapassagens da geração deles, de passar por ele, vencendo a corrida com um carro bem pior.

Claro que ele usou de alguma manobras que, se não eram ilícitas, eram claramente praticadas com a intenção de não deixar o outro vencer - veja bem, ele não foi cuzão de jogar o carro contra nem foder o campeonato do outro, como aliás era corriqueiro nessa época: cansou de fechar a porta, escorregar nas curvas que tinham mais espaço, entre outras artimanhas, mas não prejudicou DIRETAMENTE o adversário

No fim da corrida, todo mundo esperava que o Mansell, tradicionalmente esquentado e arrogante, fosse disparar para cima do Senna. Mas ele simplesmente soltou pérolas como: “ Eu teria feito o mesmo”, “Ele não fez nada de ilegal”, “Está de parabéns pela pilotagem defensiva”. Admitiu que naquele dia, não daria pra vencer num confronto que foi reduzido à habilidade e ao acerto do carro (se o Senna saísse pior das curvas, com certeza, mesmo em Mônaco, seria ultrapassado).

Na vida apresentam-se diversas situações complicadas, pelos mais diversos motivos. Especialmente em disputas em que só uma pessoa terá sucesso ou similares. Acho que nesses casos, deve-se usar tudo ao seu alcance e “legal” para conseguir seu objetivo. Claro, não vá atropelar amigos que isso não é ser anti-ético, é ser desumano. Todo ser humano tem direito de ser anti-ético...mas merece morrer se for desumano.

quinta-feira, julho 05, 2007

Goodbye Countryside (Hello Bright Lights)

O título do post vem do nome do disco de alguma banda de música eletrônica lá dos idos de 2001, 2002, acho que o Groove Armada. Gosto desse título porque faz você presumir uma mudança desejada na vida de alguém.

Estava conversando ontem com uma amiga minha e me ocorreu o pensamento de que muitas vezes nos fodemos por levar em conta conceitos morais sociais, do global e não o nosso, como deveria ser. Isso pra mim é burro e errado...afinal, como dizem dezenas de milhares de tratados de psicologia por aí, a pessoa só vai dar certo quando for ela mesma (excluindo o Jack Nicholson da análise, ta beleza). Daí penso em uma música totalmente despretensiosa que é tema de um dos personagens de Lost (quem lê isso aqui sabe que eu gosto do seriado), qual seja, o Desmond. Seguem alguns versos:

Nobody can tell you
There’s only one song worth singing
They may try and sell you
Because it hangs them up to see someone like you

But you’ve got to make your own kind of music
Sing your own special song
Make your own kind of music
Even if nobody else sings along

And if you cannot take my hand
And if you must be going
I will understand

E essa música fala tudo sobre essa mudança que eu proponho, mandar tomar no cû as convenções que não são úteis a mim, as que só servem para frear a criatividade e a potencialidade de cada um, afinal entre cavalheiros a única regra é que não há regras. Por fim, como diria Napoleão (para completar esse post cheio de citações cretinas): “As circunstâncias? Eu crio as circunstâncias.” E dane-se o resto!