segunda-feira, setembro 21, 2009

Renaultgate 2

Aproveitando a deixa "deixada" pelo phoenix, irei apenas fazer alguns exercícios silogísticos em relação ao que se sucedeu na Formula 1:

1) Briatore e Symonds foram punidos, o que significa que a FIA entendeu que houve a dita "marmelada";

2) se houve a dita "marmelada", se houve benefícios para a Renault, esses benefícios não deveriam ser, no mínimo, neutralizados (retirando os pontos conquistados pela vitória de Alonso)?

A decisão da FIA só bateu em cachorro morto (a Renault já tinha escurraçado Briatore e Symonds dias antes). Ao que parece, Max Mosley agiu no caso com os mesmos culhões que mostrou nos vídeos de sua vida pessoal que andaram circulando por aí.

E mais não digo.

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Renaultgate

Como quem lê esse blog já deve saber, os dois autores gostam de esportes, mais especificamente de futebol e Fórmula 1. Sobre futebol escreveremos no final do ano, com os 32 países participantes da Copa do Mundo ano que vem e o campeão nacional já definidos.

Sobre a Fórmula 1, o assunto óbvio é a maracutaia armada por Flavio Briatore, Pat Symonds e Nelson Angelo Piquet durante o Grande Prêmio de Cingapura de 2008, primeira prova da categoria disputada à noite.

A Renault vinha com um bom carro naquele fim de semana e Fernando Alonso parecia finalmente ser capaz de andar entre os ponteiros. Parecia. Problemas mecânicos acabaram por deixar o asturiano com uma fraca 15ª colocação no grid. Salvo um milagre, o pódio de Nelsinho em Hockenheim continuaria sendo o único da equipe. O natural, numa situação dessas, seria Alonso largar pesado, esperando uma embaralhada lá na frente. Mas não. Largou muito leve, foi o primeiro a parar e, surpresa, Nelsinho chapou seu carro na curva 17, longe de guindastes, logo depois. Assim, com o safety car entrando na pista, Alonso conseguiu (com alguns méritos, diga-se) vencer a corrida.

Alguns poucos na época suspeitaram da feliz coincidência do companheiro de Alonso ser artífice indireto de sua vitória. Entretanto, a história só veio à tona por delação premiada de Nelsinho, puto pela demissão no meio da temporada. Nelson Piquet, que sempre administrou a carreira do filho parece ter mesmo rompido com o rebento ao saber da história. E não me surpreenderia que fosse verdade que já havia dito tudo à FIA sobre a pataquada já no Brasil em 2008.

Max Mosley esperava pacientemente para foder Briatore, um de seus inimigos figadais, o que fez com justiça e classe. Symonds, por outro lado, foi banido por 5 anos, numa espécie de reconhecimento das contribuições do engenheiro para a categoria. que, conforme atestado por gente de bem como Roberto Moreno, não foram poucas. Balela. Deveria ser eternamente defenestrado, assim como Piquet Jr., favorecido pelo bizarro instituto da delação premiada.

Alonso, para mim, mesmo que não concordasse, sabia do combinado, ou pelo menos deveria desconfiar. Uma atitude de homem seria devolver o troféu, deixando a corrida, manchada pela trapaça, sem vencedor.

Em tempo. Muitos comparam o caso com os casos de Schumacher - Hill em 94, Senna - Prost em 89 e 90. Nessas oportunidades, por mais sujos que tenham sido Schumacher, Senna e Prost, as disputas foram nas pistas, na frente de todo mundo. E nenhum deles procurou se isentar de culpa, o que vale para o ocorrido entre Schumacher e Jacques Villeneuve em Jerez, no ano de 1997. Fora que Schumacher, entre 91 e 96, estava, surpresa, sob a influência nefasta de Briatore na Benetton.

Quanto aos episódios Áustria e EUA em 2002, quando Barrichello e Schumacher trocaram vitórias, apesar de terem sido atitudes esdrúxulas, não colocaram a integridade física de ninguém em risco nem procuraram esconder a tramóia, visto que as posições foram invertidas rigorosamente na última reta.

Daqui a pouco tem texto do Jdeverill sobre o mesmo assunto.

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