domingo, janeiro 31, 2010

Ela tem jenesequá!

Primeiro post do ano. Passei o mês ocupado entre a OAB e o Itamaraty, ficando com pouco tempo pra escrever. Ainda assim, devido à minha inata capacidade de ficar pensando na vida (nem sempre isso é benéfico), surgiram alguns assuntos, questionamentos. Todos profundos demais e pessoais demais para eu dividir aqui, por enquanto.

Ontem, no entanto, tive um insight de bom assunto: como às vezes pessoas que não são exatamente bonitas pelos padrões correntes de beleza podem ser TÃO atraentes e povoar o imaginário coletivo.

Ontem, vi com dois amigos (um amigo e uma amiga), O Rei Leão e Antes do amanhecer. Foi bom rever o primeiro depois de uns quinze anos. A história é mais "corrida" do que eu pensava, alguns pontos ficam mal esclarecidos, mas ainda assim, um clássico infantil, com várias mensagens interessantes (não, eu não vou falar de mensagens subliminares).

Mas o segundo filme que me prendeu mais a atenção. Como minha amiga, que disse já ter visto o filme várias vezes falou, o filme é baseado em diálogos entre dois jovens adultos que se conhecem em um trem fazendo o percurso entre Viena e Budapeste. Ela é francesa e ele americano, decidem passar um dia juntos em Viena antes que ele pegue o avião de volta para casa.

As coisas vão se direcionando de maneira até bastante óbvia, mas deixando verossímil a ligação entre os dois. Não são diálogos cortantes (com algumas raras exceções) como os de um Closer ou Um bonde chamado desejo, mas são diálogos que fazem pensar e podem dar pano pra manga em discussões entre amigos, amantes ou de bar por um bom tempo. Eu mesmo me surpreendi idnetificando muitas facetas minhas nos dois personagens (principalmente na mulher, coisa estranha).

O rapaz é feito pelo Ethan Hawke, que tem uma capacidade alta de fazer personagens perturbados com os quais o público se identifica, como pode ser confirmado no excelente Grandes Expectativas e no medíocre GATTACA. Apesar de ser visivelmente imaturo, é um personagem bastante cativante e, em alguns momentos, suas idiossincrasias são na verdade bem engraçadas.

Mas a inspiração do post de hoje é a atriz que vive a garota da trama, a francesa Julie Delpy. Já conhecia a atriz de alguns outros filmes, mas acho que o único que consigo lembrar o nome é o thrash Um lobisomem americano em Paris. Nesse filme, ela é a única coisa boa tirando a trilha sonora, liderada pelo Bush.

A Julie Delpy não é uma femme fatale, não é exatamente um mulherão. Não é feia, fique-se esclarecido. Tem um traço bonito e um quê de melancolia que a deixam bonita, uma espécie de anjo de Boticcelli, como o personagem do Ethan Hawke diz durante o filme. Eu poderia elencar aqui pelo menos 2 dúzias de atrizes que, só pela aparência, são BEM mais bonitas que ela. Mas, ela é simplesmente atraente, mesmerizante às vezes. Ela tem aquele jenesequá (expressão do Veríssimo, que eu não vou ser pernóstico de chamar de medíocre - acho ele excelente e rio demais com as crônicas dele). E realmente, o jenesequá faz toda a diferença no appeal de um ser humano.

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