sexta-feira, novembro 11, 2005

Inferno astral contínuo e prolongado

" I see dumb people. All the time." Anarcoplayba, amigo meu

Primeiramente, digo que começou nessa semana meu inferno astral. Pra quem não sabe o que é isso, vamos lá: dizem por aí que no mês anterior ao seu aniversário você se fode muito mais do que o comum, passa por situações de extrema pressão, etc. E já começou: vou trampar num fim de semana de feriado prolongado. Poderia ser pior claro: eu poderia estar sem emprego e ter que agüentar minha família em casa (graças a Deus o "Família boa é família longe" deve ocorrer nesse feriado).

Em geral, esse ano tem tido uma presença constante do azar em minha vida. Sou da opinião de alguns amigos meus: o Anarco supracitado, Steinhäger e Ripper, que opinam que você é pontíficie do seu próprio azar. O blogger deles, inclusive, serve de inspiração para inúmeras divagadas caminhantes noturnas deste que vos escreve. Aproveito para linkar o site por aqui.

Mas, voltando, esse ano tem sido de azar e eu explico até porque tenho sido pontifície do mesmo: muito do meu azar tem vindo de maus conceitos da minha própria capacidade física, cognitiva ou xavequística (ainda que tenham essas capacidades me surpreendido positivamente algumas vezes). Eu estive presente às baladas que são as batalhas da guerra que é nossa vida como um todo. Algumas vezes houveram pequenas vitórias, em outras tantas pequenas derrotas. Em outras duas, ainda, houveram GRANDES derrotas. E só UMA grande vitória, que se transformaria numa grande derrota.

Por grandes vitórias, subentenda-se: você fica com alguém que curtia já há algum tempo e acaba provando pra si mesmo que consegue, sim, alguma coisa com essa pessoa. Não só uma vez (tem que ter alguma continuidade, nem que ocorra só mais uma vez, nem que seja um ou dois revivals, como foi o caso).
Pequenas vitórias: você fica com aquela garota horrorshow : uma garota preza mas aleatória, normalmente desconhecida (pode também ser uma que você já "conhecia" mas que não havia "descoberto"). Muitas vezes, pequenas vitórias nem mesmo contam com ficadas, inícios de casinhos, ou semelhantes. Baladas com altos niveis alcoólicos e boas risadas com os pals tambem podem ser muito gratificantes (terceiros tempos são ótimos exemplos).
Vale dizer que muitas vezes, para a guerra, pequenas vitórias acabam sendo mais importantes que as grandes porque vêm em maiores quantidades (em 99% das vidas). Ou seja, no final o conjunto de pequenas vitórias corresponde a uma maior parcela de responsabilidade na sua felicidade. Mesmo sucessos profissionais também podem ser definidos, com alguma freqüência, como pequenas vitórias .

Já as derrotas são definidas por fracassos: aquela balada miada, nas quais você só tomou fora... ou mesmo fracassos alcoólicos nos quais você libera instintos que decepcionam a SI mesmo (I am my worst enemy), fracassos profissionais. Tais situações definem revezes pequenos.

Já quando você toma um fora de uma garota que você efetivamente está a fim (Yes, fellows, I do believe in love), é uma grande derrota. E aconteceu comigo. Duas vezes, ambas nesse ano. E com duas mulheres COMPLETAMENTE diferentes em quase tudo: maturidade, segurança (isso só na aparência), foco, objetivos e estilo de vida.

Some-se a tudo isso a descoberta de que mais uma tese do Anarco estava certa: "I see dumb people. All the time." A quantidade de imbecis que habita nosso mundo é uma coisa realmente assustadora. Eu, que muitas vezes me acho um cara um tanto quanto confuso e inexperiente (apesar de não me considerar um imbecil), fico impressionado em como as pessoas são burras.
Por burro, jamais se entenda a pessoa que não tem cultura, raciocíno espacial, inteligência emocional, entre outros. Essas coisas vêm de fatores sobre os quais as pessoas têm menos controle: infância, condição financeira e até características psicológicas como determinação e aplicação.

Entenda-se aqueles que estão satisfeitos com a mediocridade ou, mais ainda, acham que estão muito acima dos outros nessa mediocridade, que não se esforçam para crescer e, mais, ainda se acham pessoas vitoriosas: vide inúmeras pessoas que saem falando asneira por aí e ainda acham que estão certas e que são altamente fodas. E o pior: não ganham nada para falar asneira, se fodem por falar asneira ou se portar de maneira assim patética: Os atores da Globo falavam coisas facilmente atacáveis a favor do desamamento por ganharem dinheiro - se da Glock ou não, é discutível. Mas nem por isso são burros. Eles ganharam pra isso. Isso de se argumentar imbecilmente a favor do "sim" não necessariamente era uma convicção deles (eu também votei "sim", mas por motivos egoístas que não vale a pena dizer aqui).
E para a burrice, não há limites. É realmente impressionante observar a burrice, inclusive na análise de políticos. Aproveitar a democracia-putaria open bar, vá lá. Mas, puerra, tem gente que continua acreditando que o pessoal do mensalão não fez nada. Puta que pariu, é karma conviver com gente assim, só pode ser. Mesmo na Alemanha (Primeiro mundo e, ao menos teoricamente, bastante esclarecido), votaram numa cidadã que prega um evangelho contra a imigração que forneceu grande parte da mão-de-obra não especializada e barata que permitiu ao país tomar a dianteira na União Européia(!). Gente, a mediocridade impera! Foram contra o que diz a história mais uma vez. Podem se foder mais uma vez (erraram ao invadir a Rússia, atacar em duas frentes, irem contra quem sempre gerou riquezas para o país - os judeus). Existem ainda inúmeros outros tipos de burrices. Todos com enorme prevalência na população brasileira (o espaço amostral que mais observo, por morar aqui, duh!).

O mais grave disso: em casa eu convivo com uma quase totalidade de gente burra. Tenho vontade de sair e não dá! Passei até a apostar na mega sena vez ou outra de tanto que é o desespero pra sair de casa. Claro que também colaborou o fator de a mega sena ser o que eu chamo de "imposto justo" (eu ainda não pago os injustos). Mas mesmo assim, sinceramente, ninguém em sã consciência acha realmente que vai ganhar na mega sena.

Devido a isso, chego à conclusão de que passei por um inferno astral de praticamente 300 dias, com uma interrupção de 30 (o mês de Agosto). Nem sempre a verdade é melhor: até ano passado eu não sabia que tinha tanta gente burra no mundo.

Desta feita, com meu inferno astral de verdade começando, acho capaz da vida até melhorar. A descoberta do quão ilimitada é a burrice humana é um fardo para poucos.

E meu Deus! Vos peço um grande presente! Castigai os burros! Porque não saber o que fala também tem limite!

terça-feira, novembro 01, 2005

Verdade Alcoólica

" In vino veritas" - A verdade mora no vinho - Provérbio romano.

Experimentei neste fim de semana mais uma das que eu chamo de "experiências extrassensoriais". Explica-se: tive meu oitavo ou nono porre. O provérbio latino acima contém boa dose de verdade, já que os manguaçados em geral ficam mais sensíveis, têm seus defeitos potencializados, perdem muito do racional e liberam muito do instinto.

Isso não deixa de me deixar temeroso. Eu tenho o péssimo costume de tentar arranjar briga até com poste quando fico realmente de porre. Pois é, sábado eu tomei uma surra de um ponto de ônibus. Mais uma vez houveram boas almas que não permitiram que minha experiência extrassensorial fosse eterna.

Por outro lado, eu vejo que sou mesmo um tanto quanto desequilibrado (ou seria equilibrado) quanto aos meus instintos: choro e tento arrebentar alguém. Desabafo e mando à merda com a mesma facilidade. Quite strange.

Sóbrio, por outro lado eu ando com aquele comportamento estilo "que a mamãe gosta" e que não deixa de ser contra muito do que acredito: cabelinho arrumado, voz de veludo mesmo pra dar e receber esporro, compreensão acima dos limites...e tudo isso deságua numa onda de ultraviolência (incluindo eu mesmo como vítima).

Conclusão: para o bem da humanidade (incluindo, repito, aí eu mesmo), preciso parar de tomar porres quando estiver indo contra o que acredito.