quinta-feira, março 04, 2010

Quando a fraude é a regra

Para quem não leu, a prova para ingresso nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil desse último período está sofrendo forte suspeita de fraude. Não tivesse eu feito a prova, provavelmente não estaria aqui a divagar sobre tal suspeita. Mas eu fiz e provavelmente fiz pontos suficientes para ser aprovado.

É a segunda prova realizada pelo Cespe em um período razoavelmente curto (8 meses) a ser fraudada, após os exames do ENEM terem sido vendidos no meio do ano passado. Cabe aqui uma divagação sobre o importantíssimo papel da cidade de Brasília na intelligentsia nacional.

Brasília completa 50 anos no mês de abril. Cinquenta anos de histórias não muito bonitas ligadas a política, entre as quais a última foi o escândalo de corrupção do governador José Arruda no último ano, que terminou por levar à prisão do sujeito.

A UnB se tornou uma Universidade respeitada no cenário nacional, mas não me lembro de ter sequer visto ela em qualquer um daqueles freqüentes rankings internacionais de faculdades. Temos pelo menos 10 universidades de maior tradição e capacidade técnica que a UnB.

Surge que, especialmente nos últimos anos, a maioria dos concursos federais estão sendo realizados pela nefasta Cespe, ligada à UnB. Em primeiro lugar, aplicam provas na qual uma resposta errada anula uma certa, premiando a pusilanimidade dos candidatos que não arriscam. Algo absolutamente patético. Em segundo, as supracitadas fraudes. Em terceiro, a falta de tradição da UnB, muito atrás de Vunesp, Fuvest, Unicamp e até mesmo algumas outras bancas menores.

Para quem vive em São Paulo, o drama é ainda maior, uma vez que governos do PSDB são reconhecidamente avessos a concursos públicos. A saída são os concursos federais e topar com provas para medrosos, com suspeitas permanentes de fraude (pelo menos duas em um ano é MUITO), entre outros problemas.

Esse negócio todo estragou minha semana e eu queria desabafar.

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