terça-feira, janeiro 20, 2009

Sobre os benefícios da indiferença.

Nesse segundo post, vou falar sobre minha leitura do momento: Assim falou Zaratustra.
Muita gente já tinha me indicado o livro, eu tenho algum conhecimento da filosofia Nietzschiana (sáude!!!) e eu era curioso para ler aquela que é considerada sua obra-prima. Bem, no natal alguém me deu o livro, me poupando o esforço de alugá-lo ou comprá-lo por aí. Terminei de ler o Vampiro Lestat, que inclusive trás alguns bons exemplos de filosofia Nietzschiana (Gesundheit!!!) e comecei a ler o livro nesta semana.
Por ser romanceado e não exatamente didático, a leitura não tem se mostrado leve. Meus maiores momentos de leitura são no transporte entre casa, trabalho e faculdade e, como os leitores devem saber, leituras muito densas não combinam com ônibus e metrô lotados.
Ainda estou no meio do livro e provavelmente algumas passagens serão abordadas em futuros posts. Por hora, citarei apenas uma.
Em um de seus discursos, Zaratustra defende que o amor e a piedade irão matar os homens. Qualquer um que já fez asneiras por amor ou piedade vai se identificar com isso. A indiferença sempre vai trazer menos dor para você. Infelizmente, no entanto, é difícil chegar aos parâmetros para definição de super-homem trazida por Nietzsche: aqueles que estão capazes de sempre se sobrepor à fraqueza. Esquecer ou superar os sentimentos é positivamente complicado, como todos sabemos. Brecht, inclusive, aproveitou Nietzsche para escrever coisas muito interessantes sobre esses aspectos.
A piedade acaba por ocultar, algumas vezes, o merecimento do próximo em se foder, fazendo com que nós tornemos complacentes com gente que não merece, salvando do castigo quem merece positivamente ser açoitado. E, claro, sempre demanda um esforço ajudar o próximo. Esforço este que, quando não dá resultado, nos torna frustrados e, algumas vezes, como no meu caso, traz tendências auto-destrutivas.
Ora, algumas vezes, por causa de amizade ou paixão, eu já fui complacente com pessoas que mereciam ser até mais empurradas para o fundo do inferno. E vou continuar sendo, afinal, sou homem, apesar de estar mais perto do paradigma filosófico de super-homem do que já estive. Acho que odiar os amigos é um pouco forte, sem dúvidas. Mas um pouco de controle e de racionalidade antes dos sentimentos pode nos fazer muito menos deprimidos e, principalmente, úteis à humanidade. Papai Friedrich ganhou um ponto comigo nesses aspecto.
Por isso, quando uma mulher te chutar, por mais fantástica que ela seja, não hesite em virar as costas e tentar ser indiferente ou estar contra com ela. Principalmente se ela te chutou sem motivo. É, falar é fácil...

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