sábado, outubro 28, 2006

Auto-depreciação

"Cause I'm a creep
I'm a weirdo
What the hell am I doing here?
I don't belong here"
Radiohead - Creep

Todos temos dias em que nos sentimos mal com o que somos, em que estamos para baixo, nos subestimamos. Muitas vezes, cabe acrescentar, sem motivo algum para ter tais sentimentos extremamente auto-destrutivos.

Venho de uma semana em que realmente me senti um verme rastejante por ter decepcionado alguém que eu amo e, assim, ter me decepcionado comigo mesmo. Tive um momento de descontrole forte, coisa que é sempre desagradável para uma cabeça que funciona como a minha. Tenho uma dificuldade enorme para lidar com frustrações, especialmente quando sou o responsável pela totalidade delas.

E por isso tenho que fazer uma correção a um comentário que fiz alguns posts atrás: remédios para a psyche não são grandes amigos da sociedade não. E nem sempre despersonalizam. Eu posso dizer isso porque meu estado de espírito normal COM CERTEZA não é de depressão ou prostração (se alguém souber a raiz linguística dessa palavra, por favor me explique) e o remédio me fez melhorar (leia-se, me colocar num estado normal, de mais calma e satisfação).

Mas como gosto de escrever sobre problemas gerais, voltemos para a auto-depreciação. Como comentado acima, acho que se trata de um sentimento que todos tem em algum momento, uns mais, outros menos. Nunca gostei muito de errar e por isso acabo tendo mais sentimentos auto-depreciativos, mas acho que existe o lado bom de sentir quase tudo. Sentimentos auto-depreciativos em geral acabam alavancando uma vontade de melhorar. E isso todo ser humano, na minha opinião, sempre precisa, buscar estímulo pra alcançar seus limites.

O lado ruim fica para os sentimentos de auto-destruição que dessa vez, graças a Deus, não vieram. Fiquei meio mal fisicamente, mas não foi por me colocar em situações físicas perigosas ou extremas, mas sim por uma queda de resistência. Muitas vezes pessoas se envolvem em brigas, acidentes, entre outras situações perigosas por estarem tristes consigo mesmas. E isso quer dizer que elas ficam meio despersonalizadas. Assim, o remédio, para mim, se torna herói.

Esse post me fez pensar rapidamente em como as coisas dependem do prisma em que as analisamos. O herói para uns, pode ser o vilão para outros. Ainda digo mais, o herói pode, de um momento para o outro se tornar vilão.

Post dedicado a quem sempre me estimulou a tentar alcançar meus limites dentro da normalidade física e psíquica. E também à pessoa graças à qual eu resolvi correr atrás de soluções e não desculpas.