sexta-feira, agosto 25, 2006

Num canto obscuro da mente

Estou lendo um livro que fala como o “jargão” de ricos e pobres influencia na composição de um idioma como um todo. Entre outros exemplos, está a crescente influência rapper no inglês, assim como uma apresentação interessante de como os quakers influenciaram o mesmo idioma.

Essa introdução é basicamente uma analogia ao assunto do meu post: como pessoas marcantes ou não influenciam sua vida. E como é complicado se livrar totalmente de fantasmas do passado.

Nunca fui um cara de me apegar fácil aos outros. Sou meio reservado e realmente é difícil me fazer confiar em alguém. Vejam bem: eu disse confiar. Simpatizar é uma coisa e confiar é outra bem diferente. Bom, posso dizer que efetivamente confio em umas 8 pessoas. É um número baixo. E essas pessoas acabaram influenciando muito meu jeito de pensar e de agir. Outras pessoas, entretanto, influenciaram em menor grau. Algumas delas inclusive, nunca foram queridas, outras nem mesmo foram muito mais do que conhecidas.

Algumas dessas pessoas em quem eu confiava se mostraram indignas dessa confiança (mais um motivo por eu ter sérias dificuldades em me apegar a alguém). Não corresponderam a minhas expectativas, ainda que muitas vezes isso tenha sido culpa minha. Meus amigos sabem que não sou uma pessoa fácil de se irritar, o desvio na conduta que eu espero tem que ser realmente grande para eu me aborrecer com alguém. Mas quando eu me irrito...

Algumas dessas pessoas que me decepcionaram hoje eu ignoro, outras são quase como inimigos, mas as experiências que tive com elas continuam a me influenciar.

Pode morrer o respeito, pode morrer o amor, pode morrer a confiança; o rap deixará de ser moda, os quakers deixaram de ter um léxico todo próprio e poetas deixam de ser admirados... jamais morrerão, entretanto suas influências na composição do vernáculo. Assim como cada pessoa que passou na minha vida terá lá seu cantinho na composição do que sou hoje, para o bem e para o mal. Porque, meus caros, toda pessoa tem algo a ensinar. Nem que seja apenas que cada um, por mais que tenha decepcionado ou ofendido (talvez mesmo por isso), sempre terá um tijolo na edificação de sua personalidade.