quinta-feira, julho 02, 2009

Savigny e Jhering no almoço

O brasileiro sempre tira um Super Trunfo da manga... ainda que que esse super trunfo seja tosqueira.

Banalidades...
Eu costumo almoçar fora do horário de pico para evitar sair com o meu prato da balança e ser surpreendido com mesas do restaurante todas tomadas. Hoje, no entanto, tive que almoçar meio-dia e vinte...
Entrei no restaurante e vi que havia lugares bastantes para mim e para as pessoas que já estavam na fila para pegar comida. Então entrei despreocupado, enchi o prato, pesei e... surpresa.... havia mesas vazias (de pessoas), sendo ocupadas por chaves, bolsas e outras por celulares.
Depois de conseguir uma mesa, fiquei confabulando as teorias da posse, tentando imaginar que tipo de posse seria aquela exercida por bolsas, chaves e celulares sobre outras coisas. Seriam esses objetos um longa manus da pessoa que as deixou lá?
Lá no Sul as pessoas não deixavam seus bens na mesa, mas deixavam a cadeira inclinada, com a ponta do encosto na mesa, como sinal de território demarcado.
Conclusão que eu cheguei é que a posse da mesa por objetos ou por sinalização é uma posse injusta. A mesa deveria se ocupada pelo primeiro que chegar na mesa portando o prato já pesado (prior in tempore, potior in iure), afinal de contas, não é o primeiro no tempo o primeiro que colocou um objeto na mesa e depois foi fazer outra coisa, mas sim aquele que chega na mesa com intençào imediata de usá-la. Ou então o propretário da mesa (do restaurante) deveria colocar - ele ou seu proposto -alguma sinalização de RESERVADO.
O costume, nesse caso, é antijurídico e eu não vou render-me a ele. Da próxima vez que eu não tiver lugar pra sentar e estiver, como um bocó, com o prato na mão, vou jogar no chão as chaves, bolsas e celulares que encontrar em mesas desocupadas. Ademais, não merece posse da mesa quem tem tanto desapego a esses bens.

Edição de 5/8/2009: uma leitora me avisa que é difícil segurar bolsa e prato ou bandeja ao mesmo tempo. nesse caso, portanto, a posse da mesa é justificável.

e ao comentarista anônimo: se seu parâmetro para aferir tristeza/felicidade é o número de pessoas que se sentam à mesa de almoço, sim eu sou uma pessoa bem triste. Espero sinceramente que você seja uma pessoa feliz, e se contente com a felicidade proporcionada por uma mesa cheia de gente, porque a vida é bem mais que isso. E que jamais falte sua ração de alfafa no almoço.

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1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

vc deve ser uma pessoa muito triste por almoçar sozinho todos dias

quinta-feira, julho 23, 2009 5:12:00 PM  

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