quinta-feira, março 24, 2005

A galáxia não é tão distante assim.

Ontem li, não sei aonde, que o que encanta em Star Wars é sua identificação com a vida. Apesar de estar locada na tal galáxia muito, muito distante, a série guarda muitas semelhanças com a vida dos seres humanos em geral.

Muitos são os "Anakin Skywalker ". Um garoto talentoso, cheio de bondade no início da série, tem seu problema: se distancia da mãe, seu ente mais querido (talvez o único) e já dá uma mostra de que sua vida dependeria muito de sua complicada personalidade; temos um orgulhoso e cada vez mais poderoso jovem no segundo filme e um obcecado pelo poder que acaba se vendendo ao lado negro da força no terceiro (leia-se como alguém que usa de métodos não muito ortodoxos pra subir na vida real). No sexto filme, algo acaba trazendo o promissor ser humano do primeiro filme de volta: ver seu filho, alguém querido, sofrendo. Ele se redime matando o homem para o qual vendera a alma havia 20 anos.

Na vida real, temos alguns bons exemplos: Maradona (que ainda não chegou à redenção), políticos e idealistas em geral que se corrompem no poder. Também muita gente normal acaba optando pelo caminho mais facil, sedutor, ao invés de ir pela via oficial e digna.

O difícil é ver quem se redima.

Temos ainda, é claro o fato de Anakin ter feito algo teoricamente proibido para ele: amou e se casou. Seu sentimento foi mais forte que seu racional. Não raro vemos gente considerada racional até demais se entregar a um sentimento que sirva talvez de conforto, talvez como estímulo e nem por isso deixa de ser sincero. E eu, sinceramente, passo por algo bem parecido no momento: apesar de tudo parecer estar contra o que sinto, eu não pretendo abrir mão desse sentimento, porque acho que ele é sincero e ele ajuda a me deixar com a cabeça no lugar em vários outros pontos da vida. Logo, o sentimental acaba ajudando no racional.

Obviamente, temos ainda os bandidões (vide Darth Sidious-Imperador Palpatine), o mestre que tem de castigar o mal aluno, assim como pais fazem com filhos (Obi-Wan), a sabedoria anciã (Yoda), o cafajeste com princípios, que muda por amor e tem as mais humanas atitudes (Han Solo, pra mim o melhor personagem da série) e a garota mimada que aprende ao apanhar da vida (Léia).

Assim, amigos, vemos que Star Wars continua a atrair gerações a suas exibições não por efeitos especiais magníficos ou batalhas...mas por apresentar os sentimentos humanos...por nos mostrar na telona.