terça-feira, setembro 09, 2008

O sebastianismo como herança destrutiva do Brasil

Em adendo ao post anterior, vou especular sobre mais uma faceta da cultura brasileira: o fato de personalizar a salvação. Nunca do Brasil tivemos partidos políticos sérios, realmente vistos como uma agremiação de pessoas com pensamentos mais ou menos uniformes. Vota-se no Lula, no FHC e no Collor, e não no PT, PSDB ou no PRN. Vota-se no Maluf, no Alckmin, no Kassab, e não no PP (essa é atual sigla do velho PDS?), no PSDB ou no DEM.
Especulo ser herança do sebastianismo. A salvação da lavoura é sempre uma pessoa intangível (não raro somente uma imagem fraudada), com poderes amplos, mas nunca a própria pessoa comum.
Arraigado na nossa cultura da maneira que está, não vejo solução... ou será que estou lendo muito Schopenhauer?
Saiu na Folha do final de semana que os candidatos a prefeitos de São Paulo fizeram cirurgias para parecerem mais "apresentáveis" (digamos assim). Já que nunca se concretizam mesmo as propostas de campanha (quando essas existem), seria melhor que as eleições virassem de uma vez concurso de miss.