sexta-feira, junho 26, 2009

Consagração pela morte?

Engraçado como algumas pessoas, quando morrem, viram gênios ou mártires. Falando um pouco de Black Sabbath, essa banda teve um vocalista chamado Ray Gillen, no período de 1986/1987. Ele chegou a gravar um disco, Eternal Idol, mas como saiu da banda antes do lançamento, resolveu-se limar seus vocais e colocar o do Tony Martin por cima. A versão do Tony Martin é extremamente superior, na minha humilde opinião, por ser muito mais dinâmica e ter a voz menos monótona. Fora a dicção inglesa do Tony Martin, muito mais inteligível que a nova-jerseyana do Ray Gillen. Acontece que Ray Gillen morreu, de AIDS, no início dos anos 90. Desde então, é praticamente uma heresia não falar bem do mesmo. O Tony Martin, por outro lado, coitado, fez bons e não tão bons álbuns pelo Black Sabbath, aguentou firme os fãs que pediam por Ozzy durante quase uma década. Seu problema, parece-me, é estar vivo, pois sua taxa de rejeição é mais ou menos a mesma do capeta em pessoa.

Estive na Finlândia a alguns dias e o filho de um conhecido meu la se suicidou ano passado. Ninguém sabe as razões do suicídio, mas conheci um amigo dele que planeja tatuar as iniciais do nome do suicida no abdomen... Um mártir sem causa, não?
Trazendo o assunto a um tema mais atual: Michael Jackson. A música pop não é muito minha praia, mas tenho 4 CDs do Michael Jackson, sendo que 2 deles é um dos pouco (cerca de uns 40 no total) que eu sempre trago comigo nas várias mudanças de residência que eu tive ao longo dos anos. O restante dos CDs continua no apartamento dos meus pais em São Paulo. Michael Jackson, para mim, foi um vocalista excepcional. Suas loucuras, exploradas em demasia pela mídia, não me interessam. Não sou o promotor do caso em que ele era acusado de pedofilia, então, para mim basta conhecê-lo pelo seu trabalho artístico. No entanto, sua imagem foi explorada publicamente, por tablóides, por humoristas e até por quem se rotula jornalismo sério. Agora, no entanto, esses mesmos veículos parecem comovidos com o passamento dele. O que importa é a audiência, não é mesmo? Passada a comoção, aposto que virão, por esses mesmos veículos de mídia, os podres do cantor. Biografias não autorizadas e tudo mais. Enfim, para algumas pobres almas, nem mesmo com a morte se descansa em paz.

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sexta-feira, junho 19, 2009

May, the Eighth, 1945 - Somewhere in Germany

Hoje tentarei falar sobre dias chave e não momentos chave, como no último post. Por dia chave, compreendam aqueles dias no qual acontecem inúmeros fatos, influenciando diferentes áreas de nossas miseráveis vidas. Dias estes que provavelmente, em nossos leitos de morte, ainda estaram indelevelmente marcados em nossa memória.

Ontem tive um dia desses. Perdi três provas por causa de uma passeata com algumas reinvidicações no mínimo nebulosas, vi meu time perder pelo quarto ano consecutivo para outro time nacional na Libertadores, a Formula 1 - meu esporte favorito desde o berço - parece ter rachado definitivamente e, por fim, tomei uma atitude em relação a uma certa moçoila com uns bons 3 meses de atraso. Apesar de em termos de resultados, friamente, o dia não ter sido lá muito produtivo, ele trouxe vários elementos que podem pautar algumas coisas da minha vida por um bom tempo.

Pensando rápido aqui, consigo trazer mais dois dias indeléveis na minha mente: 05 de agosto de 1991 e 11 de agosto de 2004 (sim, parece que o meio do ano é sempre importante por aqui).

O primeiro dia trouxe uma situação completamente nova, que foi deixar de ser filho único - situação essa que eu louvo hoje em dia - me deu as duas melhores Tartarugas Ninjas entre meus colegas (e toda criança gosta de exibir seus brinquedos - assim como os adultos, diga-se), faltei na escola pela primeira vez e ainda, pasme, comi minha comida preferida à época, o McLanche Feliz, que por sinal tinha surpresinhas bem menos incrementadas e mais simpáticas que as de hoje em dia.

O segundo trouxe outra situações que influem demais no meu comportamento até hoje. Pela manhã fiz a prova prática para a a Carteira de Motorista (passei), na hora do almoço e a tarde toda curtimos uma pindura sensacional e ainda comemoramos no começo da noite vendo o Boris Casoy elogiar a empreitada. Por fim, à noite, tomei um fora que pra mim foi um dos mais dolorosos, influiu demais por uns bons 3 anos na minha mente fétida e deixa marcas que qualquer pessoa com o mínimo de visão percebe até hoje.

Para alguns, podem soar bem etéreas e irrelevantes essas experiências. Mas acho que exatamente a subjetividade faz de dias comuns nossos D Days particulares.

PS: Título com a data e local que, para mim, mais influenciou os últimos 60 anos.

segunda-feira, junho 01, 2009

Poder de decisão

Maio foi um mês que pode se tornar decisivo pro meu ano. Comecei bem as provas desse que deve ser meu ano final no curso de Direito, voltei surpreendentemente bem pra academia, mas vi que ainda tenho pendências a resolver.

Primeiro, apesar de estar mais ponderado, tranqüilo e paciente, eu continuo sendo bem imaturo. E eu ando percebendo isso, o que não deixa de ser bem interessante. Eu passei por poucos períodos de decisões que fariam diferença pelo resto da minha vida, mas nos poucos que tive, acabei me saindo bem. Mas, do jeito que eu ainda faço asneira, eu não me surpreenderia em fazer merda em um desses momentos.

Mas eu andei lendo bastante nesse último mês. Li muita coisa do noticiário internacional e o que acontece na Coréia, em Israel ou no Irã mostra que muita gente acaba tomando decisões bem errôneas nesses momentos de decisão. Como a única situação que já me parece clara é a de Israel, vou tentar fazer um comentário razoável sobre o que tem se passado por lá.

Hoje em dia eu mantenho a posição de criticar os dois lados: palestinos pelos atentados terroristas e israelenses pela postura semi-fascista na região, baseada só em argumentos de direito positivo (caralho, eu tou usando juridiquês). O povo israelense, por outro lado, parece não se importar muito com a situação e elege um governo com claro viés direitista (Netanyahu foi o culpado pela Intifada do final da década passada) para lidar com a situação. Óbvio que isso vai continuar provocando confusão por mais alguns anos, infelizmente.

Se cachorro não cagar, explode. Logo, enquanto um dos lados não abrir mão - e no momento me parece mais razoável exigir que Israel abra mão de algumas de suas exigências - a situação não vai melhorar nada. Para piorar, ainda temos Irã e Síria, países vizinhos (sendo que o primeiro parece estar desenvolvendo a passos largos sua tecnologia nuclear) querem fazer politicagem na região.

O irônico é, que há 2500 anos, os persas, antepassados dos iranianos, salvaram o povo judeu mais ou menos na mesma região de um possível extermínio...Curiosa essa história de decisões.



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