terça-feira, abril 28, 2009

cartas econômicas

Abaixo seguem alguns e-mail trocados entre mim e um certo interlocutor, sujeito que já esteve na mídia há alguns anos e é defensor, digamos assim, dos mesmos interesses defendidos pelo MST, Teologia da Libertação e demais amiguinhos. Não vou publicar as respostas dele porque não tenho a respectiva autorização. Mas espero que o texto acabe sendo compreendido.
Mensagem 1
"Eu parto da seguinte premissa: o Estado é ineficiente e mal informado.
Para mim, o Estado deve intervir diretamente na economia somente naquilo que o particular não ofereça ou, quando ofereça, o faça de forma insuficiente ou inadequada (exemplo desse último: quebra de patentes de medicamentos). De forma indireta, deve limitar os juros bancários, de modo a realmente propiciar a livre iniciativa. Do jeito que hoje está, somente desenvolve atividade econômica quem já tem capital. Ninguém consegue sadiamente -ou sem más intenções - captar dinheiro por juros de 100% ao ano sendo que seu retorno será no máximo de 16% ao ano. Os outros meios de captação de recursos (IPOs, p. ex.) somente se concretizam no Brasil quando o empreendedor já tiver um certo renome."
Mensagem 2
"A diferença entre o que eu digo e o que você diz é uma questão de graus de atuação de Estado e, como eu disse, eu parto da premissa de que nosso estado é ineficiente. O Estado é lento, amarrado, é um cabide de empregos, a escolha de direção dos entes é realizada por meras conveniências políticas. E eu não vejo necessidade de estatização de bancos; é importante a concorrência com o particular especialmente para manter a qualidade do serviço. Também não vejo as grandes empresas como representantes do inferno na Terra. A livre iniciativa, num campo ideal, em que a pessoa possa partir do zero, demanda uma certa criatividade e um certo espírito empreendedor, qualidades que não são todas as pessoas que as tem. Empresas familiares (por serem empresas familiares) não seriam suficientes para absorver a mão de obra de quem não quer ou não pode empreender. A essas, muito melhor do que o ócio às custas de uma renda básica, é serem empregadas nas empresas de maior porte. E há empresas que simplesmente não podem ser de pequeno porte. Elas envolvem um grande vulto de capital e de mão de obra (exemplo: siderúrgicas, construção civil, petroquímicas, etc.). Você poderia me dizer que elas então deveriam ser estatais, mas eu voltaria a dizer que elas não seriam tão sadias se administradas pelo (ineficiente) Estado (minha premissa) e, o mais importante, perderia competitividade internacional.
Um resumo de tudo isso: o Estado tem que ordenar a economia e fazê-la funcionar."
Mensagem 3

"Eu continuo não vendo problema na existência de grandes bancos, desde que um CMN seja realmente regulador, e não mero balcão para atendimento de interesses dessas instituições.

Se o Brasil tem poucos bancos é justamente pelo problema que eu já apontei antes: só consegue usar da livre iniciativa quem já tem o capital. Tem setores que simplesmente não podem ficar unicamente nas mãos estatais. Um deles é justamente o bancário. Se não for assim, o "oprimido poupador" será prejudicado nos seus interesses. A concorrência entre eles (espero que os estatais não estejam no alegado cartel) traz excelência aos serviços prestados.

Esses bancos sempre vão concorrer entre si de alguma forma para trazer poupadores para si. O problema é justamente a situação contrária: quando o indivíduo vai ao banco atrás de dinheiro. É nesse momento, na questão do 'spread' bancário, que o Estado deveria estabelecer limites, e não
o faz. Para mim esse é o maior gargalo da economia brasileira e é resolvido com uma simples canetada. A sua solução somente seria possível de se concretizar, s.m.j., por meio de uma revolução.

A injeção de dinheiro público nos bancos nos EUA e Europa veio para reduzir a crise, impedindo um efeito dominó nas quebras da economia. De qualquer forma, eu não chamaria de estatização. Os Estados continuam tendo participação minoritária, embora possam, na condição de minoritários, ter algum direito de gestão."

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segunda-feira, abril 13, 2009

Um pouco de educação... ou inteligência

Alguns posts abaixo o phoenix disse que eu estava ocupado para elaborar mais posts em razão de minha mudança para outra cidade. Isso é verdade, mas o que eu descobri é que minha mente insana elaborava os posts durante as longas (longas, longas...) viagens noturnas de ônibus até meu “endereço profissional”. O fato de eu estar mais próximo de São Paulo agora e o fato de serem as viagens agora (bem mais) curtas e de eu as realizar num horário matinal onde o tico e o teco ainda não atingiram a temperatura ideal abalaram minha criatividade. Soma-se ainda o fato de eu agora estar com um volume de trabalho extraordinário. A reaproximação de São Paulo também fez com que eu reacendesse minha veia musical. Aparentemente no momento sou membro de três bandas de rock...

Nas minhas viagens de ônibus reparei uma coisa. Enquanto residia no Rio Grande do Sul, e as viagens de ônibus que eu fazia eram longas (longas, longas...), NUNCA algum bastardo foi ao banheiro do coletivo fumar. Nas minhas viagens de agora, não obstante seja uma viagem de pouco mais de duas horas e meia (cerca de metade da anterior), não raro algum cretino se tranca no banheiro e acende uma porcaria da Souza Ramos. Eu sempre atribui o fato de isso advir de alguma diferença gritante no número de fumantes de um estado para outro, mas me surpreendeu que a Veja dessa semana revelou que São Paulo é a capital com mais fumantes e Porto Alegre a segunda! Ou seja, a explicação não é essa. Quero ver essa nova lei anti-tabagista de São Paulo, se realmente terá eficácia social. Se não houver fiscalização a contento, já prevejo que não haverá. O paulista pelo jeito não é muito afeito a acatar a mera proibição sem sanção ou somente com uma promessa de sanção. Seria o caso talvez de dotar de competência para o poder de polícia todo agente público, seja ele da esfera federal, estadual ou municipal. Se quiserem filtrar um pouco, então que se atribuísse a todo ocupante de cargo no mínimo de nível médio. Eu mesmo iria até a secretaria de esta buscar um carnezinho para sair canetando os estabelecimentos.

Outras notas rápidas:
1) uma escada rolante é uma ESCADA rolante. Se fosse para você descansar na escada rolante, ela seria um teleférico, um elevador, ou algum tipo de esteira com cadeiras. Se você quiser ficar parado na ESCADA rolante, no mínimo não seja espaçoso e dê lugar para as pessoas utilizarem os degraus para seus respectivos fins;
2) coisa mais irritante é quando você anda pela calçada e há um grupo de pessoas alinhadas, andando lentamente, bloqueando a passagem. Sábado estava na Santa Ifigênia, conhecida já pelas calçadas de pouca largura e com muitos camelôs. E uma família (pai, mãe e criança) pretendiam andar de mãos dadas naquela calçada. O direito devia permitir o desforço imediato numa situação como essa (e a anterior).

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